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Techint leva digitalização à plataforma de petróleo

Projeto '3D além da engenharia' empodera com informações digitais e móveis a mão de obra no chão de fábrica, reduz custos e impulsiona a produtividade

A indústria de engenharia e construção é um dos setores menos digitais do mundo, segundo levantamento da McKinsey & Company. Ao mesmo tempo é aquela que emprega cerca de 7% da população mundial em idade produtiva e um dos maiores da economia. A mesma consultoria aponta que o crescimento da produtividade da mão de obra no setor foi, em média, de 1% ao ano, nas últimas duas décadas, em comparação à média de 2,8% de salto para a economia mundial. Há no horizonte do tradicional setor muito a ser feito para ganhar produtividade.

No Brasil, a filial da Techint Engenharia e Construção é um exemplo de transformação digital da vertical. A unidade se tornou referência para a multinacional desde que deu início, em 2014, a um projeto de digitalização para dar apoio e maior eficiência à equipe de construção de uma planta de beneficiamento de petróleo em alto-mar que, agora, se encontra em fase de conclusão. Marcos Bordon, gerente de TI da Techint, nomeou o projeto de “3D além da Engenharia”. Em resumo, ele leva as informações de plantas industriais para a palma da mão dos operários do chão de fábrica por meio de tablets. O projeto foi reconhecido neste ano pelo prêmio 100+ Inovadoras, realizado pela IT Mídia, na categoria Indústria de Engenharia e Construção.

Sem papel

Projetos de engenharia e construção de bens de capitais, mesmo que desenvolvidos de forma integrada, convivem com uma realidade muito distinta entre as fases de engenharia e a construção dessas plantas. Bordon explica que a primeira acontece, geralmente, em grandes centros, em função da facilidade de conseguir mão de obra qualificada.

Já a segunda fase, que inclui fabricação, montagem e comissionamento, acontece em locais remotos, com escassez de mão de obra e recursos tecnológicos. Mas mesmo na etapa de construção, ainda se gastam muitas horas para completar manualmente dados do planejamento das compras e da própria construção. Técnicos e assistentes precisam dedicar tempo para atualizar informações em grandes plantas impressas de papel que costumam ser a única fonte de informação para o planejamento e construção.

Ao propor o “3D Além da Engenharia”, a equipe de TI comandada por Bordon conseguiu chegar a um software de engenharia 3D. Este permite explorar as possibilidades que a tecnologia leva às diversas etapas do empreendimento e, consequentemente, deu à mão de obra a mobilidade e agilidade suportada pelos tablets. Bordon, entretanto, conta que precisou, primeiro, convencer o conselho da companhia de que o investimento no projeto daria retornos tangíveis. “Foi preciso desmistificar a complexidade do uso do modelo 3D pelos operários”, lembra Bordon.

E foi o que aconteceu. Entre os benefícios, o projeto conseguiu reduzir a quantidade de homem-hora empregada nas fase de planejamento e construção. Melhorou os processos de logística e preparação para construção; deu maior acuracidade no processo de simulação e inspirou o uso de modelagem 4D.

Por meio de simulações com o modelo, é agora possível prever com mais assertividade as etapas de construção e, com isso, economizar valores significativos. Ao mesmo tempo, melhorou a comunicação com as equipes e com o clientes, utilizando o modelo diariamente para reuniões e segmentos de projeto. Em entrevista ao IT Forum 365, Bordon, reforça que um dos principais resultados do projeto é aquele que não se pode dimensionar em números: o empoderamento da mão de obra no chão de fábrica.

“Usávamos essa força de trabalho como executora e não muito como uma força de pensamento. E agora transferimos para o chão de fábrica a informação e isso é muito expressivo”, diz Bordon. Ao abrir o software de modelagem 3D no tablet, por exemplo, o assistente ou o técnico no campo consegue ter com muita clareza o que ele está executando. “Temos alguns cases que chamamos de inovação nesse processo que, por ter acesso a essas informações, os profissionais passam a pensar fora da caixa e trazer ganhos significativos em termos de redução de custo por ter essa facilidade e acesso às informações”, complementa Bordon.

Transformação digital de exportação

Prestes a concluir o projeto da planta industrial da plataforma de beneficiamento de petróleo, a Techint Brasil agora se prepara para levar a mesma metodologia digital para outros clientes. Segundo Bordon, o projeto “3D além da engenharia” se tornou um diferencial competitivo no próprio setor, tendo ajudado a colocar a Techint à frente dos concorrentes. “Fomos pioneiros nesse sentido e ainda somos aqui dentro. Estamos exportando esse conhecimento para outros países”, revela o executivo.

A aposta no projeto também reforça a atuação estratégica da área de TI nos negócios da Techint. “Estamos cada vez mais abrindo portas. A TI ganha cada vez mais nesse processo de transformação digital. Vemos cada vez mais a área ganhando espaço na companhia. O pessoal no conselho entendeu os benefícios do projeto. O retorno acontece, tanto aquele que é tangível quanto intangível. Tratamos como boa prática e o que funcionou em um projeto, a gente leva para outro”, conclui Bordon.

Finalistas da categoria Engenharia e Construção

1º Techint Engenharia e Construção – Marcos Bordon, gerente de TI

2º MRV Engenharia – Reinaldo Ferreira, diretor de TI

3º Cyrela – Roberto Nakamoto, CIO
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