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Glencore e Vitol mantêm fluxo de petróleo para Grécia

A endividada Grécia vem sobrevivendo com o pagamento de prêmio para o petróleo a tradings como a Vitol e a Glencore, sendo o último recurso para manter o fornecimento, depois que as sanções forçaram os gregos a suspender as importações do Irã, seu principal fornecedor.

A Grécia foi forçada a suspender as compras de petróleo iraniano por causa de sanções financeiras da União Europeia antes do início do embargo ao petróleo, em vigor a partir de primeiro de julho.

O momento não poderia ter sido pior para Atenas, que viu sua dependência pelo petróleo iraniano aumentar depois que a maioria das empresas do setor e bancos não estenderam créditos ao país por temor de possíveis calotes.

Fontes de tradings disseram à Reuters que a Vitol e a Glencore, respectivamente a primeira e segunda maiores operadoras de petróleo, têm atendido à maior parte das necessidades de uma das principais refinarias gregas, a Hellenic nos últimos dois meses.

As duas empresas concederam à Grécia cerca de 300 milhões de euros (375 milhões dólares) em linhas de crédito abertas para financiamento, segundo estimativas de fontes da área, permitindo que Atenas continue comprando petróleo sem as garantias de pagamento dos bancos.

Segundo as fontes, a Glencore teria dado crédito de cerca de 200 milhões de euros, enquanto Vitol cerca de 100 milhões. Com isso, a Grécia tem conseguido evitar uma forte queda no refino de petróleo e escapar da escassez de combustível.

Mas o resgate chega a um preço alto, uma vez que segundo companhias concorrentes as duas tradings estão cobrando um prêmio de risco elevado.

A Vitol e a Glencore não quiseram comentar sobre seus papéis no fornecimento à Grécia. A Hellenic também não quis comentar.

"É tudo muito complicado com a Grécia. Cada negócio é feito separado do outro, para cada carga que você tem diferentes termos", disse o operador de uma das duas tradings.

Pela situação financeira confortável e disposição para assumir riscos, a Vitol e a Glencore são as únicas empresas que conseguem manter o grande fluxo de petróleo para a Grécia.

"Se eu tivesse que fazer entrega na Grécia agora, eu me sentiria muito desconfortável", disse o comerciante de uma trading russa que não fornece à Grécia.

Referindo-se ao risco que as duas empresas estão tomando, ele acrescentou: "Um buraco operacional de 100 milhões de dólares iria me matar. Mas eu acho que a Glencore ou Vitol podem arcar com isso. Afinal, os gregos conseguirão ressarcir de alguma forma no futuro."

O grande fluxo de petróleo do Irã foi interrompido em março quando bancos europeus se recusaram a facilitar pagamentos, como resultado das sanções econômicas.

Então, sugiram a Vitol e a Glencore com disposição a abrir crédito em acordos com a Hellenic. Outras empresas estão evitando manter vínculos mais prolongados, e estão fazendo negócios ocasionalmente com base no mercado à vista.

As empresas estatais iraquianas e sauditas do petróleo continuam a fornecer pequenas quantidades de petróleo para a Grécia e algumas empresas, incluindo a Shell, mantêm embarques esporádicos.

As tradings estão buscando petróleo da Rússia, Cazaquistão e Líbia. A Glencore está fornecendo mensalmente dois navios-tanque de petróleo bruto dos Urais, da Rússia, dois carregamentos com produto misturado da região do Cáspio, no Cazaquistão, e um com bruto da Líbia. A Vitol está fornecendo um ou dois carregamentos da região dos Urais.

O volume total das duas tradings é estimado em cerca de 150 mil barris por dia, no valor de 500 milhões de dólares mensais, equivalente a mais da metade da demanda de petróleo bruto da Hellenic.

Operadores estimam o potencial do prêmio cobrado pela Glencore e a Vitol em 50 centavos de dólar por barril ou mais, o que pode resultar em um pagamento adicional de 2,2 milhões de dólares por mês.

Tanto a Vitol como a Glencore não quiseram informar se irão manter o abastecimento caso a Grécia deixe de pagar ou saia da zona do euro.

As duas tradings têm uma longa história de assumir riscos em troca de prêmios elevados ao manter o fornecimento em situações de crise ou a países em guerra - incluindo a Líbia no ano passado.

A Glencore e a Vitol têm comprado ativos tangíveis, incluindo refinarias e alguns comerciantes especulam que elas podem estar interessadas em adquirir a Hellenic, parcialmente detida pelo Estado e programada para a privatização.

As empresas não quiseram comentar sobre essa perspectiva.

Com os líderes europeus agora falando abertamente da possibilidade de que a Grécia seja forçada a sair da zona do euro após uma eleição inconclusiva em 6 de maio, o risco envolvido em estender linhas de crédito para Atenas está crescendo.

"As nações deficitárias altamente endividadas da zona euro estão queimando óleo e gás que não podem pagar", disse o Merrill Lynch na semana passada observando que a demanda grega por petróleo caiu 21 por cento, ou 91 mil bpd ante 2008, comparado a uma contração de 13 por cento do PIB.

"Acreditamos que uma saída da Grécia da zona do euro provavelmente reduzirá fortemente a demanda doméstica por petróleo, uma vez que ele simplesmente se tornaria inviável em uma nova moeda", disse.
Agência Reuters




 
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