A OGX está reavaliando seu plano de produção e as análises de reservatório de todo seu portfólio de E&P. O trabalho foi iniciado na última semana, logo após as ações da empresa despencarem cerca de 40% nos últimos dois dias por conta do resultado obtido nos poços OGX-26HP e OGX-68HP, localizados no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos.
Considerado prioritário nesse momento, o trabalho será concluído em breve. Um dos focos principais do estudo é o mapeamento de novas metas de produção, traçadas a partir dos recentes resultados alcançados em Tubarão Azul.
“Estamos trabalhando intensamente nisso agora. É difícil precisar quando esse trabalho estará concluído, mas nossa expectativa é que dure mais de um mês e menos de três meses”, prevê Reinaldo Belotti, diretor de E&P da OGX.
As ações da OGX despencaram depois que a empresa divulgou que o teste de longa duração feito em Tubarão Azul, nos poços OGX-26HP e OGX-68H, indicou uma produção média de 5 mil barris/dia, ante o volume de 15 mil barris/dia a 20 mil barris/dia por poço assegurado e comunicado pela petroleira após o teste de formação. O grupo chegou a perder em dois dias US$ 13,8 bilhões e anunciou no dia (28/6) a substituição na presidência da OGX de Paulo Mendonça por Eduardo Carneiro.
A explicação técnica do grupo para a produção menor é que o aquífero não respondeu como esperado e que se fosse manter a volume de produção dos primeiros testes a empresa deixaria para trás muito óleo no reservatório. O problema, segundo Belotii, é que o mercado reagiu a isso, sem diferenciar que isso é uma questão técnica e pontual que visa a melhor explotação do campo e que a empresa tem toda uma carteira de projetos sólida, que conta com Waimea e outros projetos.
Perguntado se a frequente conduta da OGX de divulgar informações técnicas e estimativas ao mercado não sido o estopim da reação negativa do mercado, o novo presidente da OGX, Eduardo Carneiro admitiu a questão. “Já mudamos a linha de conduta da nossa divulgação e estamos reavaliando nossos dados para maximizar e otimizar o maior volume a ser retirado de Tubarão Azul”, afirma Carneiro.
Desligado ontem (28/6) da presidência da OGX, após cinco anos, e nomeado membro do conselho de administração da EBX, Paulo Mendonça afirma que sua substituição faz parte de um processo normal. “Companhias modernas fazem mudanças periódicas em suas gestões. Não houve nada demais, tanto que continuo no grupo e sigo acreditando nessa companhia e na competência do nosso empreendedor”, afirma o ex-presidente da OGX, mencionando o empresário Eike Batista.
Embora tente minimizar a questão , Mendonça afirma que sua substituição não estava de fato planejada. “Não havia nada planejado para esse momento, mas em algum momento isso iria acontecer, pois a companhia está concluindo uma fase exploratória de sucesso e irá intensificar sua campanha de desenvolvimento da produção”, argumenta Mendonça.
As ações da empresa terminaram o último dia (29/06) em alta de 8,91%