Toda a produção de petróleo e gás na Noruega será paralisada a partir da próxima segunda-feira (09/07), a meia-noite (horário local), por determinação da Associação da Indústria de Petróleo (OLF, na sigla em norueguesa) daquele país. A decisão foi comunicada no último dia (5/7) pela OLF e pela Statoil.
De acordo com as projeções da OLF, as petroleiras deixarão de produzir 3,8 milhões de boe/dia. Desse total, 1,2 milhão de boe/dia é relativo às campanhas da Statoil. A petroleira acrescentou, em comunicado ao mercado, que esse volume representa uma perda diária de faturamento de US$ 86,7 milhões à empresa. A OLF contabiliza que a greve no país esvaziou o balanço das petroleiras em US$ 330 milhões até o momento.
O bloqueio é uma tentativa de enfraquecer o movimento grevista capitaneado pela Industri Energi e do qual fazem parte a Organização dos Trabalhadores em Energia (Safe) e a Associação Norueguesa de Gerentes e Executivos (Lederne), entidades sindicais que representam os 6.515 trabalhadores que atuam na plataforma continental norueguesa, no Mar do Norte, alvo da paralisação.
A OLF justificou o bloqueio, afirmando que as negociações chegaram a um impasse e as exigências dos trabalhadores não são razoáveis. “Depois de tentar tudo em nosso poder para contribuir com uma solução, encontramo-nos em uma posição na qual só temos uma única arma para tentar ajudar a encerrar a situação (greve) e esta (arma) é o bloqueio”, disse o negociador chefe da OLF Jan Hodneland.
Por sua vez, os sindicatos encararam o anúncio do bloqueio como uma tentativa exagerada de conduzir as negociações. A associação de executivos Lederne discorda que o pequeno percentual de trabalhadores em greve comprometa os interesses da sociedade Norueguesa, como acusa a OLF.
“Esta é uma reação extremamente exagerada (por parte da OLF) contra uma greve que vem mantendo um nível mínimo de responsabilidade para não prejudicar interesses públicos vitais. A OLF conta, agora, com uma arbitragem compulsória”, disse o líder da Lederne, Jan Olav Brekke, em referência à possibilidade de o governo norueguês intervir, em detrimento do pleito dos trabalhadores.
Há 12 dias, as entidades decretaram greve no país, determinando que, aproximadamente, 9% da força de trabalho (610 petroleiros) deixassem as plataformas e pontos de apoio de empresas como Statoil, BP Norge e ESS Support Service.
Os sindicatos querem a redução para 62 anos no tempo necessário para a aposentadoria de trabalhadores offshore. A OLF rebate as exigências dizendo que as petroleiras cumprem a legislação previdenciária do país (idade mínima de 65 anos) e que os trabalhadores podem se aposentar mais cedo, desde que paguem por isso.