A fabricante de tubos flexíveis Deepflex, sediada em Houston (EUA), tem planos de instalar em dois anos uma fábrica na região Sul ou Sudeste do país. A empresa já tem o levantamento de sítio para construir a unidade, cujo projeto ficará a cargo Promon Engenharia. Caso a construção se concretize, será primeira fornecedora de linhas flexíveis com capital brasileiro a se instalar no país.
O primeiro marco referente ao processo de qualificação dos tubos flexíveis da empresa junto à Petrobras está perto de ser alcançado. A avaliação é fruto de acordo de cooperação tecnológica assinado em 2011 entre as duas partes. A duração do processo, que visa qualificar a solução oferecida a fim de atender aos requisitos da Petrobras, é de três anos.
A conclusão da primeira fase do processo indicará que os materiais e componentes das linhas, que são feitas de fibra de vidro ou de carbono, atendem aos padrões exigidos pela estatal. A Deepflex acredita que, por ser mais leve e não reagir a determinados elementos corrosivos presentes em alguns tipos de óleo, a nova tecnologia deve apresentar vantagens competitivas em relação aos tubos de metal oferecidos por concorrentes.
Os tubos metálicos estariam chegando ao seu limite em função das grandes profundidades dos campos do pré-sal, já que, quanto maior a lâmina d'água, mais reforços na estrutura das linhas são necessários para suportar seu próprio peso. “Ou seja, a tendência é que haja maior procura por tubos híbridos, que também estamos pensando em desenvolver. E achamos que chegará o ponto em que só linhas de fibra de vidro ou carbono poderão ser usadas”, explica Marcelo Müller, consultor Financeiro Chefe da AEM, empresa brasileira de gestão de recursos que detém parte das ações da Deepflex.
Outra vantagem das linhas de fibra de vidro e carbono é que, por serem mais leves, podem dispensar a necessidade de PLSVs para ser lançadas. A operação poderia ficar a cargo de embarcações de apoio comuns (PSVs), cujo processo de afretamento é mais simples e menos demorado.