GE apresenta nova tecnologia de turbinas a gás natural
A GE apresentou no Brasil uma nova tecnologia para turbinas movidas a gás apostando na necessidade crescente no País de complementação do suprimento de energias renováveis, cuja oferta é intermitente. A tecnologia FlexEfficiency 60 gerou contratos de US$ 1,2 bilhão no exterior, mas ainda não tem encomendas no Brasil.
A GE investiu US$ 500 milhões para desenvolver o portfólio de turbinas com a nova tecnologia e, no Brasil, aposta num mercado estimado pela empresa em 1,9 gigawatt (GW) por ano, a um custo de US$ 1 mil por quilowatt (KW).
Apesar de o gás natural hoje ter perdido competitividade para outras fontes geradoras e da restrição de oferta em leilões no Brasil, o presidente e CEO global da GE para a unidade termal, Paul Browning, aposta no aumento do mercado do gás natural. Ele acredita que o crescimento da oferta de energia eólica no País e da oferta de gás, por conta do pré-sal, ajudará a criar um mercado para seus produtos.
Ele lembra que o fornecimento de energia eólica é intermitente, variando no minuto a minuto, e que a geração hidrelétrica também depende do regime de chuvas, sendo necessário um sistema confiável que complemente e garanta o fornecimento constante. Browning reconhece que os preços da energia eólica e solar caíram a menos da metade nos últimos dez anos e tendem a continuar recuando.
"Isso representa um desafio para o nosso negócio", admitiu, em coletiva de imprensa a jornalistas. "Mas apostamos num superciclo de 25 anos de gás natural, já que haverá oferta crescente e maior uso de energias renováveis. Fizemos um investimento multibilionário", disse, lembrando que a GE investiu US$ 11 bilhões em aquisições ligadas a ao mercado de gás.
A GE aposta nos equipamentos por serem mais eficientes e permitirem melhor integração com fontes renováveis. A eficiência é de mais de 61%, um ponto porcentual superior à da tecnologia anterior. "Parece que não é muito, mas o gás é um custo relevante. Apenas um ponto representa dezenas de milhões de dólares por ano em economia de custos de operação", disse.
A empresa ainda não tem previsão de contratos fechados no Brasil para o FlexEfficiency 60.