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Importações de gás e petróleo podem comprometer reservas argentinas

A Argentina poderá importar US$ 15 bilhões neste ano em petróleo, derivados e gás natural, segundo estimativa do setor. A se confirmar esse valor, isso significará um aumento de 62% em relação ao ano passado. O déficit energético do país é crescente, sobretudo em relação ao gás.

Entre 2003 e o ano passado, o consumo aumentou 35%, passando de 30,7 bilhões para 41,5 bilhões de metros cúbicos. A produção adotou a curva inversa, caindo de 50,7 bilhões para 44,1 bilhões de metros cúbicos no período. Os dados são do Instituto Argentino de Petróleo e Gás (IAPG).

Com isso, a Argentina foi paulatinamente freando suas exportações, enquanto as importações dispararam. Segundo o Indec, o instituto oficial de estatísticas do país, as vendas de petróleo, derivados e gás ao exterior cresceram de US$ 5,4 bilhões para US$ 6,5 bilhões nesse período. Já as importações saltaram de US$ 548 milhões para US$ 9,27 bilhões no período, um aumento de 1.690%.

A previsão para 2013 é que as vendas externas não ultrapassarão US$ 4,5 bilhões, o que pode fazer com que o déficit comercial do setor supere US$ 10 bilhões. É um montante equivalente ao que a Argentina paga por sua dívida em moeda estrangeira em um ano. Significa cerca de 80% do superávit comercial total obtido no ano passado e pouco mais de 25% das reservas internacionais do país.

Segundo o especialista Enrique Alberto Devoto, que foi secretário de Energia do país durante o governo de Eduardo Duhalde (2002-2003), pelo menos 10% das importações serão consequência do incêndio na refinaria de Ensenada, da YPF, que aconteceu no dia 3 de abril. A refinaria só deve normalizar sua operação neste mês e representa 26% da produção argentina de derivados.

Já no primeiro trimestre deste ano as importações de combustíveis cresceram 57% na Argentina, passando de US$ 1,3 bilhão para US$ 2 bilhões. O montante ainda não é significativo: as compras argentinas de combustíveis são concentradas durante o inverno. O país aumenta nesse período o consumo residencial, em função do uso de calefação a gás. Cerca de 25% da demanda vai para as geradoras de energia elétrica.

Para controlar o consumo, o governo costuma racionar o fornecimento de gás para a indústria, a variável que menos cresce no consumo do produto nos últimos anos. O uso do gás para a indústria subiu 3,8% entre 2004 e 2012. No mesmo período, o uso residencial elevou-se 45,2%. O fornecimento para as geradoras subiu 39%. Cortes pontuais já aconteceram há 15 dias, envolvendo indústrias dos setores petroquímico, alimentos e esmagadoras de oleaginosas.

"O problema não é apenas a dependência de importações. A questão se agrava porque não há contratos a longo prazo de fornecimento do gás natural liquefeito [GNL]. As compras são feitas no mercado 'spot', o que encarece o produto", disse Devoto. As importações argentinas de gás começaram em 2004, inicialmente apenas de gás natural da Bolívia. A partir de 2008, o país começou a trazer o GNL de fornecedores como o Qatar e os Estados Unidos. O produto é regasificado na Argentina.

As importações de gás aumentaram 578% apenas nos últimos quatro anos. Em 2012, foram 9,5 milhões de metros cúbicos, divididos quase de forma igual entre o GNL e o produto boliviano.
Valor Econômico




 
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